quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Smartphones, tablets e notebooks passam a recolher PIS/Cofins



Para tentar evitar que o rombo no orçamento seja ainda maior, o Governo conta com aumento de impostos. E muitos deles vão bater no bolso do consumidor já em 2015.

As contas do governo chegaram a tal ponto que as despesas obrigatórias, que não podem deixar de ser pagas, representam 90% de tudo o que é arrecadado. De cada R$ 10 que entram no caixa, R$ 9 já estão comprometidos. Pensões e aposentadorias do INSS, salários dos funcionários públicos, gastos com saúde consomem quase tudo. E agora, na busca por dinheiro novo para fechar as contas de 2016, eletrônicos como o smartphone vão pagar mais imposto, já este ano. Começa em dezembro. Smartphones, notebooks, computadores, tablets, que não pagavam nada de PIS/Cofins há dez anos passarão a recolher esses impostos na venda para o consumidor.

Alíquotas de 3,65% ou 9,25%, dependendo do tamanho da empresa que vende. O setor diz que o imposto vai ser repassado para o consumidor: um smartphone de R$ 900, deve subir para R$ 990.

As bebidas também vão pagar mais imposto a partir de dezembro. Vinhos e espumantes, uísques, cachaças e outros destilados. Nessa terça-feira (1º), um vinho de R$ 50 paga no máximo R$ 0,73 de IPI. Com o aumento, vai pagar R$ 5 só de IPI.

Muda também a tributação sobre o direito de imagem de artistas e jogadores de futebol, por exemplo. E já teve aumento de imposto nessa terça-feira (1º): IOF pra quem pegar empréstimo no BNDES. O imposto era zero.

Com todos esses aumentos, o governo espera mais de R$ 11 bilhões. Mas o economista Mansueto Almeida alerta, essa expectativa de recolhimento de impostos pode não chegar a esse valor. E o rombo do orçamento, que mesmo considerando esses impostos, já está estimado em R$ 30,5 bilhões, acabaria sendo maior. E essa conta não inclui os juros que o Governo precisa pagar sobre a dívida pública.

“Pode acabar acontecendo o seguinte: o orçamento que o Governo mandou pro Congresso, prevendo um déficit primário de R$ 30 bilhões, mas também prevendo o crescimento da economia e arrecadações extras de R$ 11 bilhões, com aumento de impostos, tudo isso pode se frustrar e o resultado primário do ano que vem pode ser ainda pior, pode ser superior a R$ 50 bilhões”, diz o economista Mansueto Almeida.

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