segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Projeto que dá desconto no IPTU de quem adota cães e gatos é aprovado

A Câmara Municipal de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Paraná, aprovou nesta quarta-feira (19) o projeto de lei que dá descontos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para quem adotar cães e gatos do Canil Municipal. O Programa Municipal de Adoção Responsável de Pequenos Animais foi aprovado em primeira discussão na sessão de segunda (17) e, em segunda, nesta quarta.

Segundo a Câmara, o projeto segue para a análise do prefeito Marcelo Rangel (PPS). Após ser sancionada, a proposta entra em vigor. O desconto no IPTU é anual e vai de R$ 63 a R$ 127, dependendo de cada caso. Para obter a redução, o contribuinte precisa assinar um termo de compromisso com a prefeitura. No documento, o morador se compromete a cuidar bem do animal.

A prefeitura vai fiscalizar o contribuinte para saber se ele continua com o cão ou o gato adotado. Segundo a Gerência de Controle de Zoonoses, a ideia é mandar agentes de saúde pelo menos uma vez por ano às casas dos adotantes. Caso o morador abandone o animal, ele será autuado pela prefeitura e pode pagar uma multa de até R$ 1.277 e ainda devolver o dinheiro equivalente ao descontado no IPTU.

A prefeitura estima que cerca de cinco mil animais possam ser adotados dentro do programa. No entanto, conforme a previsão da própria prefeitura, o número de cães na cidade gira em torno de 55 mil e o de gatos é de R$ 5 mil.

O projeto foi apoiado por ongs de apoio aos animais, como a SOS Bichos e o Grupo Fauna, entretanto, a Secretaria Municipal de Finanças vai deixar de arrecadar uma média de R$ 326 mil por ano com o programa.

A Câmara Municipal esclarece que o desconto passa a valer a partir de 2017, pois o contribuinte precisa ficar um ano com o animal para receber o abatimento no próximo lançamento dos carnês.

Fonte: G1

Para fugir de impostos, empresas brasileiras preferem ficar pequenas

"Especializada em soluções para softwares, a Core2 Corp nasceu há três anos, bem pequena, no modelo do Microempreendedor Individual (MEI). Nos dois últimos anos, trilhou uma rota de desenvolvimento. O negócio criado por empresários mineiros deu certo e em pouco tempo cresceu ao patamar de uma microempresa. No ano passado, ganhou envergadura e subiu mais um degrau, se tornando um negócio de pequeno porte. É nesse momento que o panorama começa a mudar para as empresas brasileiras. No país dos pequenos, crescer não é interessante.
O projeto de lei que amplia o teto de faturamento do sistema Simples entra em votação esta semana na Câmara dos Deputados e atinge em cheio esse medo que os negócios no Brasil têm de prosperar. O modelo de tributação atual reforça entre eles a chamada síndrome de Peter Pan, ou o desejo de ficar pequeno, para especialistas, um nanismo, doença que prejudica a economia do país.
Segundo cálculos da Receita Federal, a mudança no sistema de tributação vai significar uma renúncia na ordem de R$ 11,4 bilhões. A secretaria de Micro e Pequenas Empresas aponta uma cifra menor, R$ 3,9 bilhões. Especialistas acreditam que o esforço para fortalecer os pequenos negócios compense e possa ajudar o país a enfrentar melhor suas crises, com maior geração de emprego e riquezas. A pequena empresa brasileira tem ainda baixa participação no PIB, se comparado a países desenvolvidos ao redor do mundo. (veja quadro ao lado). No setor a expectativa é que o projeto esteja aprovado já em outubro.
Produzir mais, e ganhar no faturamento, deveria ser uma boa notícia e um caminho natural, mas, para os pequenos, significa também migrar de um modelo de tributação simplificado para cair em uma trama complexa, com alíquotas distribuídas em várias vias de pagamento, que corroem o lucro e estimulam os empresários a desenvolver estratégias. As mais comuns são segurar o crescimento ou dividir a empresa. Sair do Simples em direção a outro sistema de tributação pode significar um golpe no lucro e uma ameaça à longevidade.
O medo tem causas diversas, mas a tributação é um componente de peso. O professor da UFMG e presidente do Conselho de Economia da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas, Mauro Sayar, participou de estudo que avaliou os impactos da carga tributária sobre o lucro. Em alguns ramos do comércio e serviços, quando fatura mais que o teto anual do Simples, de R$ 3,6 milhões, a empresa só vai atingir a mesma lucratividade quando seu faturamento alcançar entre R$ 6 milhões e R$ 7 milhões ao ano, ou seja, praticamente dobrar.
No caso da indústria, o mesmo lucro só será alcançado quando o faturamento bruto atingir R$ 10 milhões no sistema tributário do lucro presumido, por exemplo. “O Simples como é hoje estimula um nanismo das empresas. O projeto de lei, que propõe aumentar as faixas de faturamento, permite uma saída mais suave do sistema e estimula o crescimento”, defende Sayar. O projeto propõe elevar o teto do faturamento bruto do Simples, que hoje é de R$ 3,6 milhões ao ano. O regime que permite pagar em uma única guia oito impostos diferentes teria seu teto elevado para R$ 7,4 milhões no comércio e serviços e R$ 14,4 milhões na indústria.
Segurança A Core2 pode crescer mais, mas, por enquanto, prefere manter o faturamento onde está, dentro dos limites do Simples. Proprietário da empresa, Paulo Roberto Costa diz que recusou propostas de serviços que poderiam elevar o faturamento. “Estou segurando o crescimento para avaliar se esse passo não vai nos gerar um custo maior. O Simples é mais fácil. Queremos crescer, temos potencial, mas de forma segura”, aponta ele que propõe modelo garantido para empresas que realizam concurso público no país.
Nos cálculos da Secretaria de Micro e Pequenas Empresas, a renúncia de R$ 3,9 bilhões seria anulada caso o setor crescesse sua receita bruta na ordem de 4,2% ao ano. Em 2013, a receita do segmento avançou 7%, em 2014, 7,2% e de janeiro a junho deste ano, 6,7%."



Fonte: Estado de Minas

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Cobrança de tributo por doação de girafas será discutida no STF

Girafas chegaram ao zoológico em 2007 (Foto: Reprodução RBS TV)


O acordo para que três girafas pudessem ser doadas ao zoológico de Pomerode, no Vale do Itajaí, será discutido no Superior Tribunal de Justiça (STF). Os três mamíferos foram trocados por 32 aves com um aquário dos Estados Unidos e a Receita Federal está cobrando um imposto de importação, como mostrou o RBS Notícias desta sexta-feira (21).

As girafas desembarcaram no Brasil em 2007, através de um acordo de intercâmbio técnico cientifico entre o Zoológico de Pomerode e o Aquário de Dallas, no estado norte-americano do Texas, que doou os três mamíferos em troca de 32 aves.

Porém, a Receita Federal está cobrando o valor de R$ 78 mil de Programas de Integração Social/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) e Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) sobre a importação dos animais.

A fundação que admistra o zoológico entrou com processo na Justiça, que se arrasta por oito anos e parou agora no STF. "Até mesmo porque a lei não é clara na questão da incidência de importação sobre animais permutados em intercâmbio técnico-científico. Razão pela qual nós vamos partir para cima e tentar provar para os ministros que é ilegal essa cobrança", disse o gerente-executivo do zoológico, Maurício Bruns. Cabe recurso no STF, que deve julgar se o tributo será cobrado ou não.

A prática de troca de animais entre instituições de pesquisa é comum em outros países.